sexta-feira, 25 de março de 2016

Uma Curva no Tempo (Dani Atkins)

Título: Uma Curva no Tempo
Título Original: Fractured
Autora: Dani Atkins
Editora: Arqueiro
Páginas: 240
Ano: 2015
Avaliação: ★★★

      Uma Curva no Tempo entrou na minha lista de desejados assim que foi lançado. A sinopse boa e a proposta da narrativa instigante, me deixaram com muito vontade de ler e conhecer essa história.
      O livro é narrado em primeira pessoa, pela Rachel. Ela é uma garota de 18 anos que está no último ano do ensino médio e prestes a entrar na universidade. Rachel sabe que dali a pouco, muita coisa em sua vida vai mudar e o que a mais preocupa é ter que se separar de seus amigos, com quem convive há tanto tempo.
      Em uma noite normal, ela e seu grupo de amigos inseparáveis resolvem ir jantar em um restaurante da pequena cidade de Great Bishopsford, na Inglaterrra. Rachel namora Matt, o cara mais lindo, fofo e companheiro que ela poderia ter arranjado e tem uma grande cumplicidade com Jimmy, seu amigo de infância que também faz parte do grupo. Porém, durante esse encontro, o destino lhes prega uma peça e um grave acidente acontece quando um carro desgovernado invade o estabelecimento onde estão. Todos conseguem fugir do carro, menos Rachel que fica presa entre a mesa que estava, porém nos últimos segundos ela é salva por Jimmy e ele infelizmente é atingido pelo veículo e morre.

        Cinco anos depois encontramos nossa protagonista muito marcada pela tragédia ainda. Ela ganhou uma cicatriz no rosto, passou meses no hospital, não conseguiu ir para a faculdade de Jornalismo que era seu grande sonho e perdeu seu melhor amigo. Rachel não consegue esquecer o dia da tragédia, que mudou sua vida, e sempre acreditou que deveria ter morrido no lugar de Jimmy.
          Sua amiga Sarah está se casando e liga para Rachel a convidando para o casamento e ela acaba aceitando o convite para a festa que ocorrerá em sua cidade natal, apesar de saber que voltar para Great Bishopsford lhe trará lembranças dolorosas. Chegando lá, ela vai para a despedida de solteira da amiga e revê seus antigos colegas. As lembranças são intensas e Rachel sente muito a falta do amigo Jimmy, que é o único ausente no local. Ela resolve então sair mais cedo da festa e ir até o cemitério onde ele está enterrado para visitar seu túmulo, e assim faz. Chegando lá, Rachel fica muito mal pela saudade e lembranças de Jimmy e acaba passando mal e desmaiando.  Algum tempo depois ela acorda em um hospital, porém em uma realidade onde tudo ocorreu de uma forma diferente e descobre algumas coisas totalmente irreais: Jimmy está vivo, seu pai está curado do câncer e ela ainda está noiva de Matt.
       Nessa realidade totalmente nova e surpreendente, Rachel tenta entender o que pode ter acontecido com sua vida. Os médicos, no entanto, a diagnosticam com amnésia e ela tenta provar a todos que aquela ali não é sua vida real, mesmo sem saber o que de fato aconteceu desde que acordou no hospital.

         Entender o que tinha acontecido na vida da personagem foi o que me motivou a continuar lendo o livro. Eu ficava o tempo todo tentando achar algum sentido pra aquilo tudo que estava acontecendo e cada vez mais ansiosa pra saber a verdade. Porém, infelizmente alguns pontos da narrativa me incomodaram. Para começar, a protagonista não se mostrou cativante e mesmo com todos os problemas que passa, eu não consegui me ver torcendo por ela. Não tive aquele apego que geralmente tenho pelos personagens que passaram por situações complicadas. Rachel sofreu inúmeras perdas físicas e psicológicas após o acidente, isso eu compreendo, mas a partir de então ela se excluiu de tudo e não aproveitava a nova chance que teve. Apesar de ser seu luto ser visível, me incomodou um pouco sua falta de ambição pela vida, após o acidente.
         O enredo do livro e a história em si são bem inovadores, pois eu nunca tinha lido nada parecido. Os personagens secundários foram bem desenvolvidos, apesar de pra mim eles não terem tido muita  função na trama em si, e a autora soube bem como me fazer ir do amor ao ódio com Matt, que no início do livro era um personagem incrível mas que depois se mostrou prepotente  e sem caráter.
Dani Atkins tem uma escrita muito agradável, o que deixa a leitura mais fluida e rápida. Uma Curva no Tempo não é um livro complexo, apesar de a história ter alguns pontos que levam a reflexão do leitor. No que diz respeito a emoções, no entanto, eu não consegui me envolver com o livro a ponto de me emocionar de verdade.
        Outro ponto beeem negativo que destaco foi o desfecho. Gente, sério, que final foi esse? Passei o livro todo querendo saber o que tinha acontecido e aí nas últimas três páginas quando tudo parece que vai se resolver, a autora simplesmente joga uma história lá e eu fico tipo: WTF? Sério, decepcionante. Na verdade até agora estou sem entender direito o fim desse livro. Se é que dá pra entender algo, né. O desfecho definitivamente fez o livro perder vários pontos comigo. Até eu finalizaria essa história de um jeito melhor.
          Talvez eu tenha iniciado a leitura com uma expectativa alta demais e isso tenha influenciado negativamente na minha opinião sobre o livro, mas definitivamente ele não atendeu nem de longe minhas expectativas. Ainda assim, recomendo o livro para os amantes de um bom drama, apenas com o aviso de: diminua suas expectativas antes de começar a lê-lo.

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