terça-feira, 14 de julho de 2015

Por Lugares Incríveis (Jennifer Niven)

Título: Por Lugares Incríveis
Título Original: All The Bright Places
Autora: Jennifer Niven
Editora: Seguinte
Páginas: 336
Ano: 2015
Avaliação: ★★★


 Confesso que nunca enrolei tanto para fazer uma resenha. Estou há alguns dias tentando descobrir como vou escrever sobre esse livro e inclusive reli ele para fixar mais os detalhes na memória. Mas ainda assim sempre é complicado colocar em palavras um livro que mexeu tanto com suas emoções. Mas vamos lá.
      Em Por Lugares Incríveis conhecemos dois jovens que um dia, por acaso, se encontram na torre do sino da escola. O que ambos tem em comum: pensamentos suicidas.
     Violet Markey sempre foi popular, linda, namorava o jogador de futebol americano mais bonito do colégio e tinha toda sua vida programada e planejada, junto com o objetivo de cursar Escrita Criativa em uma universidade longe de casa. Entretanto, tudo muda quando ela e a irmã mais velha sofrem um acidente de carro, e Violet é a única sobrevivente. Desde o acidente, ela sente muito a falta da irmã a qual era muito apegada e passa a contar os dias, apenas sobrevivendo a cada um deles. Violet está mudada para sempre e nada mais na sua vida faz sentido sem a presença da irmã mais velha. 
"A esperança está em aceitar sua vida como ela se apresenta agora, mudada para sempre.
Se puder fazer isso, a paz virá em seguida. Mudada para sempre.
Estou mudada para sempre."
        Teodore Finch é um adolescente que possui uma personalidade totalmente imprevisível e por esse motivo é chamado de "aberração" pelos colegas do colégio. Sua família não é muito bem estruturada, o pai se separou da mãe e arranjou outra família e ele como é o filho do meio não recebe quase nenhuma atenção de sua mãe, que nem ao menos percebe a depressão do filho.
       Depois de se conhecerem na torre do sino, Theodore e Violet começa um espécie de amizade muito sutil e quando o professor de geografia passa um trabalho que consiste em conhecer os lugares incríveis de Indiana (estado onde eles moram), Theo acaba escolhendo Violet para fazer dupla e eles acabam se encontrando para conhecer esses lugares e fazer o trabalho da escola. Entretanto, nessas andanças a relação entre os dois vai crescendo e acaba surgindo um sentimento muito singelo entre eles e o que era apenas um trabalho acaba virando uma aventura.
"O problema das pessoas é que elas esquecem que na maior parte do tempo o que importa são as pequenas coisas. Todo mundo está tão ocupado no Lugar de Esperar."
      Um encontra no outro um motivo para enxergar algo de bom na vida e apesar de todos os problemas e momentos depressivos que ambos enfrentam (principalmente Theodore que sofre de transtorno bipolar e tenta realmente cometer suicídio), eles podem ser eles mesmos quando estão juntos e encontram um jeito de viver e não apenas contar os dias até a formatura, como Violet fazia.
      O que eu gostei nesse livro foi a forma como a história foi contada. Aqui temos uma narração em primeira pessoa, com capítulos alternados entre Theo e Violet. A autora realmente conseguiu me ganhar pela sua escrita simples porém nos faz adentrar na história com personagens muito bem criados.
      Theodore sem dúvidas foi meu personagem preferido. A personalidade dele por vezes me lembrou Augustus Waters de ACEDE porém ele possui características únicas e os diálogos e momentos em que estava com Violet eram as melhores partes do livro. O relacionamento dos dois é tão lindo e tão singelo, que sem dúvidas esse foi um dos melhores casais que já conheci. 
"Você me faz feliz,
Sempre que está perto, estou seguro em seu sorriso.
Você me faz belo,
Sempre que sinto que meu nariz é grande demais.
Você me faz especial, e Deus sabe o quanto esperei pra ser o tipo de cara que se quer por perto.
Você me faz te amar,
E essa deve ser a maior coisa que meu coração já foi digno de fazer..."
       No fim da leitura encontramos dois personagens complexos e totalmente diferentes de como eram no início e essa evolução foi a gota d'água para o livro me ganhar de vez. Ainda fico impressionada ao lembrar  a maneira com a qual Jennifer Niven conseguiu pegar dois personagens que no começo pareciam ter seus problemas estáticos, e os transformar em dois seres humanos, com personalidades e dúvidas e emoções e cheios de vida. Eu, particularmente, sempre aprecio histórias onde realmente acontece essa mudança, pois fica tudo mais real e palpável.
      A autora tratou de temas pesados como bullyng, depressão e suicídio não de uma forma leve e descontraída, mas sim de um jeito sutil e refletivo e o livro nos passa inúmeras mensagens que eu com certeza levarei pra vida. Por vezes me coloquei no lugar de Violet e pude entender a dor tão cruel que a perda de sua irmã mais velha causou e a tentativa de seus pais de seguir em frente, tentando fazer com que a filha mais nova também siga. 
       Theodore é um personagem com problemas muito sérios de depressão e o fato dele não ter a devida atenção de sua família me causava muito incômodo. Theo é um personagem marcante e sem dúvidas ele virou um dos meus preferidos.  Ele possui algo único e seu jeito tão reflexivo e profundo sobre as menores coisas, a melancolia e a tamanha tristeza que o personagem carrega me tocaram de forma inimaginável. 
       Até agora ainda estou inconformada e sofrendo com o fim desse livro. Mas apesar de ter chorado litros e ficado com o coração despedaçado, entendi perfeitamente o desfecho. 
        Realmente eu não mudaria uma vírgula dessa história. Nem sei explicar direito porque o livro mexeu tanto comigo e porque eu me apeguei tanto aos personagens. Gosto de ler sobre  temas pesados e tristes e aqui o tema foi tão bem trabalhado e de uma forma tão diferente de todos os outros livro que li, que fica até difícil explicar. 
     Por Lugares Incríveis, é, por fim, um livro que marcou minha vida. Foi uma história que quebrou meu coração diversas vezes e me tocou como poucas, tendo entrado, sem dúvidas, para minha lista de favoritos, superando todas as expectativas. Recomendo o livro para todos.
"O que percebo agora é que o que importa não é o que a gente leva, mas o que a gente deixa."

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