quinta-feira, 16 de julho de 2015

Identidade Roubada (Chevy Stevens)

Título: Identidade Roubada
Título Original: Still Missing
Autora: Chevy Stevens
Editora: Arqueiro
Páginas: 256
Ano: 2011
Avaliação: ★★★

O livro vai contar a história de Annie O' Sullivan, uma corretora de imóveis de 32 anos que leva uma vida normal: tem um emprego estável, um namorado atencioso e vive em uma bela casa com sua querida cachorra Emma. Porém num domingo qualquer, enquanto está no trabalho, Annie recebe a visita de um homem sorridente que aparentemente está interessado em comprar imóveis. O que ela não imagina entretanto, é que esse sujeito tem más intenções e partir de então sua vida muda totalmente, pois ela acaba sendo sequestrada por ele.
       Durante um ano inteiro Annie vive presa em um chalé nas montanhas com o psicopata sequestrador a quem ela chama de Maníaco e o livro se define basicamente pelos relatos de Annie à sua terapeuta (que não tem nome e nem voz própria e sua função é fazer Annie relatar para nós leitores, o que aconteceu) em 26 sessões, dos momentos em que passou nas mãos desse sujeito e as memórias são intercaladas com a história de sua vida desde que conseguiu fugir do chalé. 

       A palavra que define esse livro é: perturbador. Eu não sou muuuito fã de thrillers psicológicos mas alguns realmente me ganham justamente por mexer com minhas emoções e Identidade Roubada sem dúvidas foi um deles. Desde o momento em que é sequestrada Annie sofre de inúmeras formas.   O Maníaco cria pra ela uma rotina muito regrada e ela não pode nem mesmo usar o banheiro fora dos horários estipulados por ele. Sem quase nunca ver a luz do dia, Annie é estuprada, espancada e vive nesse martírio por 365 dias sem ao menos saber o porquê de estar ali, porque foi escolhida já que obviamente a intenção do psicopata não é libertá-la.
       O livro todo me provocou as emoções mais conflituantes possíveis. É agoniante ver os relatos da protagonista enquanto sequestrada. A primeira metade do livro, sem dúvida, é a pior. As descrições de Annie sobre tudo a que foi submetida é muito real e as situações que ela enfrentou foram tão cruéis, tão doentias que nos fazem se sentir em seu lugar. 
       Depois é também relatado tudo que aconteceu quando Annie fugiu e de como ela tenta se habituar à sua vida de antes, sendo que depois de tudo que passou nunca mais será a mesma e por vezes nem sabe mais quem se tornou. A mudança drástica que esse sequestro gerou na vida de Annie é muito triste e cruel. Ela não consegue mais se sentir segura, chegando a ponto de dormir todas as noites em seu closet e verificar várias vezes se fechou as portas de sua casa.
       Confesso que eu já esperava bastante do livro e que ele em nada deixou a desejar. A escrita é muito boa, a história é muito bem contada e os sentimentos muito reais. É um livro forte, denso e que realmente me deixou mal em vários momentos. Sem dúvidas entrou pra lista de thrillers favoritos e eu já estou ansiosa pra ler o outro livro da autora que tenho aqui (denominado É Melhor Não Saber) apesar de não acreditar que vá ser melhor que esse.
         O desfecho dessa história foi algo que eu nunca imaginaria. Quando descobrimos a motivação do Maníaco para cometer o crime e porque fez o que fez, é surpreendente.  Eu na verdade esperava apenas acompanhar as sessões de Annie e seu relato, mas o fim do livro é em tempo real e vemos a história ser investigada e resolvida.
       Pra concluir, ler Identidade Roubadafoi horrível. Cruel. Real. E extremamente intenso. Apesar de me sentir mal durante a leitura, algo na forma como a história foi escrita me fazia querer ler cada vez mais e descobrir como essa história toda iria terminar. A única crítica que tenho a fazer é que apesar de ter tido um final bom, eu ainda fiquei querendo mais nas últimas páginas. 
       Não recomendo o livro para todo mundo. Se você não lida bem com histórias fortes e não tem a intenção de se abalar, não leia. Eu já fazia ideia de que o livro seria forte porém ainda assim não estava preparada para tudo o que ele me causou. Sem dúvidas não é uma leitura para se passar o tempo ou para se divertir, é um livro que mexe com o psicológico, que te tira da zona de conforto. Recomendo para quem se interessa por thrillers psicológicos e está preparado para se deixar envolver com todo o desconforto que essa história nos causa.

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