sexta-feira, 24 de abril de 2015

Morte e vida de Charlie St. Cloud (Ben Sherwood)

Título: Morte e vida de Charlie St. Cloud
Autor: Ben Sherwood
Páginas: 304
Ano: 2010
Editora: Novo Conceito
Avaliação: ★★★★

No livro conhecemos Charlie, que no inicío nos é apresentado por um narrador que nem sabemos direito quem é mas que nos promete contar sobre o personagem. Charlie tinha apenas 15 anos era o vice-representante de sua sala, jogava na defesa do time de beisebol e era o cocapitão do clube dos debates. Um garoto feliz, amigo dos atletas e dos nerds e extremamante apegado ao seu irmão mais novo, Sam. 

Um certo dia ele resolve levar seu irmão para ver um jogo de beisebol e os dois saem de casa escondidos da mãe, que estava no trabalho. Assim, Charlie pega o carro de sua vizinha e  juntamente a Sam e a seu cachorro, Oscar, eles partem. Porém, durante a viagem eles acabam sofrendo um gravíssimo acidente de carro e Sam acaba falecendo.


Treze anos se passaram e agora Charlie tem 28 anos, e trabalha em um cemitério. Nunca teve esposa, nunca se mudou e ainda vive muito preso à toda a tragédia que aconteceu em seu passado, nunca conseguiu superar a morte do irmão. O mais interessante é que depois do acidente Charlie adquiriu um dom estranho: ele consegue ver e falar com os mortos, e todos os dias antes do pôr-do-sol ele vai até a campina e se encontra com seu irmão falecido, Sam, para jogarem beisebol. Os dois fizeram um pacto: se Charlie deixar de aparecer um só dia, Sam desaparece.
Por esse motivo a vida de Charlie é monótona. Ele não pode se afastar muito pois tem que chegar à clareira todos os dias, com medo de que a promessa seja quebrada e seu irmão desapareça. Ele ainda sente culpa pelo que aconteceu e não consegue se imaginar sem ver seu irmão mais novo um só dia, mesmo sabendo que agora ele está morto.

Tudo acontece da mesma forma em sua vida até que ele conhece Tess, uma linda e determinada garota, que pretende dar a volta ao mundo em seu veleiro. Tess sofreu um grave acidente enquanto velejava e depois disso acabou encontrando com Charlie e os dois acabam sentindo algo um pelo outro e rapidamente se apaixonam. Depois de uns dias Charlie percebe que tem algo muito estranho com Tess, que também consegue enxergar seu irmão, e que algo terrível pode ter acontecido durante o acidente que ela sofreu no mar, e que isso pode mudar tudo entre eles.

A Narrativa é muito simples, Ben Sherwood acertou alternando as passagens do livro entre Charlie e Tess, o que tornou a leitura rápida. Nos primeiros capítulos do livro, confesso que fiquei um pouco entediada nas partes em que Tess protagonizava. Por ela viver em função de velejar, são utilizados muitos termos técnicos sobre navegação, mas aos poucos o foco muda e a leitura começa a prender demais. Depois que Tess se encontra com Charlie, o livro adquire um tom mais misterioso e eu me peguei devorando as páginas para saber o que aconteceria a seguir, fica impossível não se envolver com a história.

O Enredo é criado com muito cuidado, para passar a mensagem de que os laços de amizade são tão forte que podem durar além da vida. É muito linda a relação de Charlie com seu irmão, o quanto eles se amam e como isso pode ter ultrapassado o tempo e continuar existindo. No decorrer da historia, várias mensagens de apoio e ensinamentos de vida são passados ao leitor, pois o livro nos mostra que por mais difícil que seja devemos nos libertar do passado e seguir em frente. As pessoas que amamos nunca sairão de nós, por mais que não possamos mais vê-las. 
"Confie em seu coração se os mares explodirem em chamas
 E viva pelo amor, mesmo que as estrelas se movam para trás." (Pág. 101)
Eu já tinha visto o filme há um tempo atrás e foi por isso que resolvi comprar o livro, porém tinha ele na estante desde 2013 e só agora realizei a leitura. Me arrependo de ter esperado tanto tempo, pois o livro é incrível, mais ainda que o filme. O final do livro é diferente da adaptação, mais emocionante até.

Recomendo muito a leitura. É um livro leve, doce, sensível e que fala sobre morte, vida, esperança, amor e crença. Nos faz refletir sobre isso tudo e repensar sobre os limites entre possível e impossível e sobre laços, que não se rompem nem mesmo com a morte.
“Assim é a vida e a morte. Todos nós brilhamos. Você só precisa libertar seu coração, aguçar seus sentidos e prestar atenção. Uma folha, uma estrela, uma canção, um riso. Perceba as pequenas coisas, porque alguém está estendendo a mão para você.Qualcuno ti ama. Alguém o ama.”

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